domingo, 15 de novembro de 2009

ensaios

a minha grande arte
me faz reger transformações
me tomba a planilhas
e me obriga a saber
que nada se cria ou se destrói.

vejo através de medidas e vidrarias
o que ditaram-me do tablado
vejo entre chamas e solutos
os quilômetros de histórias
que estão no controle
de meus sentidos treinados.

sou vassalo aos perigos
escravo do que já nasceu
obsecado pelo que é novo
e de novo vou buscar sintetizar.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

suas mãos

dê-me suas mãos
não me encare desse jeito
sou movido ao tédio bom
de viver sempre ao teu lado
sem cansar das tuas belas canções
sem chorar pelas distâncias temporárias
a que me fatalmente submetes.

ouve o que lhe digo
e mesmo que não acredite
supere paranóias e crises desconfiadas
faça das críticas, conselhos bons, amor
e não se esqueça de sorrir
por mais que vá sob tristeza.
dê-me suas mãos
como um sinal de despedida
encare-me ou não
dê-me suas mãos.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

surrealismo horizontal

olha!
e vê que esse céu ainda é meu
que mesmo passados tantos verões
flambam suas miragens
no horizonte libertino

sente!
e percebe que o que sinto
é seu de direto, posse irrevogável
que sou réu por ter pecado
ao render-me em seu brilhar

vejo rosas, margaridas
flores do campo, diversas
que num simples desabrochar
dão contorno a um realismo surreal